quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Em construção...


Corresponde à sala de espera d'O Hospital ideal que será, a partir desta, continuado.

Actividade Experimental com a Universidade Católica

De acordo com o previsto, o nosso grupo de trabalho realizou, em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, uma actividade experimental para enriquecimento do nosso projecto.
Depois de uma reunião e de alguns contactos, a primeira fase da actividade foi realizada no dia 24 de Janeiro (das 16h00 até às 18h00), e a segunda no dia seguinte, das 18h00 até às 18h30.
Neste post iremos explicar no que consistiu esta actividade e apresentar os respectivos resultados, de acordo com o seu valor para o nosso projecto.

Os objectivos desta actividade foram:
  • Lidar experimentalmente com bactérias.
  • Analisar a eficácia de alguns antibióticos e de alguns desinfectantes comerciais num meio de cultura de bactérias.
  • Compreender a importância de certos hábitos higiénicos importantes e o possível perigo causado pela não realização destes.
  • Aprender certas técnicas laboratoriais.
  • Interagir com um ambiente laboratorial mais complexo.

Introdução

A relação entre o corpo humano e o meio que o rodeia é extremamente importante no contexto da saúde comunitária. É então necessário que exista um controlo entre estes dois meios, já que o nosso corpo poderá ser uma fonte de doenças, através da propagação de certos agentes.
Na grande maioria dos casos, as infecções necessitam de um meio físico para se propagarem, como a água, roupa, louça, e através de contactos físicos entre pessoas (nomeadamente as mãos).
Através da pesquisa efectuada e pelas visitas realizadas ao Centro Hospitalar de Caldas da Rainha, apercebemo-nos de que as mãos são bastante importantes no dia-a-dia hospitalar, pois quem presta serviços ao doente, na maioria das vezes, contacta com este através das mãos em diversas situações, como por exemplo colocar um termómetro, ou mesmo tratar uma grande ferida.
Assim, esta actividade foi focada para o gesto da lavagem das mãos, de modo a que pudéssemos comparar o desenvolvimento de bactérias de acordo com a sujidade existente nas mãos.


Descrição da Actividade Experimental

Numa primeira fase, foi-nos explicado como iriam ser feitas as diversas experiências. Em primeiro lugar, iríamos analisar a eficácia de diversos medicamentos e de alguns produtos comerciais num mesmo meio de cultura, para que se possa concluir qual o melhor agente para evitar a propagação daquela bactéria específica. Depois, passaríamos então à actividade da lavagem das mãos.
A actividade com os antibióticos e com os produtos foi realizada num meio de cultura próprio – Mueller-Hinton. Este meio (feito com agar-agar específico) propicia as condições ideais para que certas bactérias se desenvolvam. Assim, os resultados finais seriam mais visíveis. Foram depois colocados, dentro de várias caixas de Petri já preparadas (com bactérias também), pequenos discos identificados que continham antibióticos, como por exemplo a amoxicilina.

Colocação de discos de antibiótico em meios de cultura

Depois desta etapa, foram também colocados discos que inicialmente estavam limpos; contudo, foram embebidos em diversos produtos de limpeza, como por exemplo Cillit Bang, Sonasol Amoniacal, Betadine, álcool etílico, etc… Durante esta preparação, as caixas de Petri já preparadas estavam fechadas, para que houvesse o mínimo de contacto com o ar. No fim, todas estas amostras foram fechadas com parafina, já que esta permitia a entrada de algum ar para que as bactérias se pudessem desenvolver; todavia, não permite a saída de resíduos que
poderiam ser perigosos.
Depois das caixas estarem devidamente identificadas em relação ao produto que continham, foram postas de lado e demos início à segunda fase do trabalho: a lavagem das mãos.

Foi-nos proposto pela Dra. Ana Cristina Rodrigues, na reunião inicial, que não lavássemos as mãos durante aquele dia, para que a quantidade de microrganismos presentes nas mãos fosse maior. As caixas de Petri que usámos para esta fase já estavam devidamente preparadas em condições padrão. O primeiro passo foi passar com os dedos (sem estarem lavados) no fundo da caixa de Petri. Após este passo, lavámos devidamente as mãos (segundo informação recolhida) e aproveitámos para obter alguns registos visuais deste acto, para que pudéssemos fazer, mais tarde, um cartaz que promovesse a lavagem das mãos.

Contacto entre os dedos e o meio de cultura

Depois de termos as mãos secas, voltámos a repetir o passo anterior, para que depois pudéssemos comparar os resultados entre mãos sujas/mãos limpas. Fizemos também um passo extra: usámos uma terceira caixa e fizemos o mesmo passo, depois das mãos terem sido passadas por álcool etílico a 70%.
Isolámos estas caixas com fitas de parafina, identificámo-las, e colocámos todas as amostras numa estufa, a cerca de 35ºC.
No dia seguinte, voltámos às instalações da Universidade Católica para recolher as amostras e tirar conclusões.

Resultados e Conclusões

Após a observação das diversas amostras, concluímos que o controlo de infecções hospitalares deve ser bastante rigoroso, uma vez que só pelo toque dos nossos dedos, podemos transmitir microrganismos que se multiplicam muito rapidamente, podendo provocar efeitos indesejáveis na saúde do doente.
Em relação aos antibióticos, a eficácia destes em relação ao meio onde estão cultivados é analisada através do raio que se forma à sua volta, raio esse onde as bactérias não se desenvolveram. Quanto maior for o raio, maior é a eficácia do antibiótico contra as bactérias que se estão a desenvolver nesse meio. Podemos observar que, para um meio de cultura igual, existem vários tamanhos desse ‘raio’, ou seja, existem certos antibióticos que são mais apropriados para certo tipo de infecções, pois conseguem um melhor efeito. Através deste método e de outros complementares, é também possível identificar o tipo de microrganismos que está presente.

O mesmo critério se usa para os produtos de limpeza. Podemos concluir que, neste meio de cultura específico, o melhor produto a usar seria o Sonasol Verde ou Cillit Bang.


Raios de acção de vários antibióticos, num dado meio de cultura.


Acção do Sonasol Verde e do Cillit Bang, respectivamente.


Acção do álcool etílico e do Betadine, respectivamente

Em relação à lavagem das mãos, quando estas estão sujas, apresentam uma quantidade apreciável de microrganismos. Este facto, em meio hospitalar, deve ser evitado ao máximo. Depois da lavagem, a quantidade de bactérias que se desenvolveram é menor; todavia, existem em pequena quantidade. Em relação à lavagem com álcool etílico, os resultados obtidos foram completamente diferentes dos esperados: estávamos à espera dum raio de acção enorme (no caso dos desinfectantes) e de uma quantidade de bactérias bastante reduzida, ou até mesmo nula, na experiência da lavagem das mãos.

Contudo, o que se observou
foi praticamente o inverso. O raio de acção foi bastante pequeno e a as bactérias até se desenvolveram mais do que quando as mãos estavam lavadas. As possíveis causas para este acontecimento são várias: o álcool não era muito concentrado, logo o seu efeito não é muito eficaz; o frasco onde o álcool estava reservado não era o original, mas sim numa garrafa de esguicho – garrafa que podia estar contaminada; no intervalo entre a fase ‘mãos limpas’ e ‘mãos com álcool’ as mãos tocaram nalguns objectos, como as caixas de Petri e a própria garrafa de esguicho. Assim, pode ter havido contaminação e daí a quantidade de bactérias esperadas ser maior. Os registos visuais dos resultados encontram-se a seguir a este tópico.


'Mãos Sujas'


'Mãos Limpas'


'Mãos com álcool'

Em suma, esta actividade correspondeu aos nossos objectivos, pois tivemos a oportunidade de estar num ambiente laboratorial mais complexo, fazendo com que ganhássemos uma ideia geral mais pormenorizada do que são os laboratórios científicos; e, acima de tudo, confirmámos a importância da higiene no quotidiano da sociedade e, adequado ao nosso projecto, o valor da higiene hospitalar que deve ser cumprida rigorosamente.


O procedimento da lavagem das mãos será apresentado sob a forma de cartaz, de modo a sensibilizar a comunidade, nomeadamente a escolar.